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a de AUGSBURGO (1466),

EMMMERIK (1465) · a de REUTLIN GEN (1469), -a de ROMA (1471), - a segunda de MOGUNCIA (1472), a de NÁPOLIS (1476), a de PARIZ (1476) etc. (1).

Cada vez mais desnaturadas com 0 correr dos tempos, as Biblias chegaram ao seculo XV diversas umas das outras e grandemente infieis ao original de S. Jeronymo, apesar das revisões de Alcuino (Fim do seculo 8.° e começo do 9.9), Lanfranc (1089), Saintcher e outros.

Assim sendo, facil é comprehender que a controversia theologica estivesse outra vez de pé. Era a lucta das Biblias; quer dizer: -A LUCTA DAS SEITAS, a GUERRA DAS «HERESIAS».

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Accresce que, desde a invasão dos Arabes em 711, todo o Occidente começou a assimilar as doutrinas orientaes, scientificoreligiosas, e já ia longe nessa infiltração hieratica. Já as Cruzadas se tinham organizado contra o Oriente avassalador num grande afan de desforra, imposto pelo espirito da nova civilização christan; já a obra de Wiclef, João Huss, Jeronymo de Praga e Luthero galopava ruidosa e infrene pelas planicies e alcantis do novo credo, numa lucta de conquista e exterminio, e já Ignacio de Loyolla, morto Calvino (1530), fundava em 1541 a Ordem dos Jesuitas, tão celebre nos fastos humanos dos seculos 16 e 17.

A Egreja Catholica viu-se, pois, na necessidade urgente de na esphera de sua jurisdicção) limitar a religiosa liberdade de pensamento ou, antes, dizer as suas ovelhas qual o seu verdadeiro pensamento, qual e como a sua fé, o seu livro, o cânon do seu credo. E, realmente, não havia outro meio de fazer a selecção, de formar a unidade catholica. E' que, como nos partidos politicos, as Biblias são divisas, bandeiras, programmas religiosos.

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(1) Quem censultar as já citadas Memorias de A. Ribeiro dos Santos, verá que, muitissin antes que em qualquer outro povo europeu, e isto devido ao dominio arabe -já havia na Hespanha e em Portugal numerosas cópias (em hebraico) das diversas partes da Biblia. Essas cópias, posto que fragmentadas, sempre foram tidas como mais fieis, as mais simples e mais perfeitas, e até as mais bellas ou estheticas, devido ao cuidado com que, para tal fim, lá se ensinavam os copistas, ammanuenses ou escribas, creados num meio de puro judaismo.

Em sua nota (a), ps. 243, Tomo II, do referido trabalho, cita A. Ribeiro dos Santos. o livro hebraico Arbah Turim do judêu Jacob beu Aser como impresso em Veneza em 1428, segundo o testemunho de outro judêu, José Coen, o que faz recuar 8 annos a data geralmente acceita da descoberta da imprensa (1436).

Seja como for, a imprensa foi introduzida em Portugal em 1479, e Portugal foi o primeiro paiz da Europa que imprimiu em hebraico. Desde então as velhas cópias ou manuscriptos hebraicos, hispano-luzitanos, foram sendo successivamente impressos e reimpressos, e todos esses trabalhos foram considerados pela critica como modelos no genero. Seria fastidioso citar aqui o apparecimento e a evolução da Biblia na Peninsula Iberica até à sua impressão definitiva e em um só corpo. O que convem não esquecer é que isso foi obra quasi exclusiva do illustre e erudicto judaismo hispano portuguez da quelles tempos.

E foi então que para esse fim se reuniu em 1546 o Concilio de Trento, preoccupado com a invasão crescente das doutrinas de Luthero, Zwingle e Calvino. E, ao mesmo tempo que decretava a authenticidade da Vulgata como a mais fiel expressão das « Sagradas Escripturas », lançava a excommunhão a

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todos que lhe negassem a authenticidade agora decretada, e de

terminava que, após escrupulosa revisão, feita por uma commissão de theologos competentes, fosse a dita Vulgata reimpressa pura, expurgada de todos os vicios adquiridos atravez dos tempos e mantidos pela ignorancia dos impressores ou pelo interesse dos dissidentes. Assim, sob o pontificado de Sixto V foi ella revista e de novo impressa ( 1590); mas, terminada a edição, verificou-se que ainda havia erros a expurgar, defeitos a corrigir. Coube essa tarefa a Clemente VIII, que condemnou a VULGATA de 1590 ou de Sixto V, e que, após segunda revisão, mandou imprimil-a pela SEGUNDA vez, em 1592.

Prompta esta segunda edição, deu-se o mesmo que com a primeira. Apesar de todos os cuidados, ainda tinha erros e defeitos, que não deveriam permanecer no livro que se destinava a ser o livro-mestre, a «BIBLIA CATHOLICA». Nova revisão. Desta vez foi a cousa feita com todas as regras, com todo o rigor necessario a uma empresa de tão alto e melindroso valor.

Purificada, cuidadosamente revista e corrigida em seus ultimos erros, teve então a «VULGATA» a sua definitiva edição, TERCEIRA revista, feita em 1593 e que é, portanto, a decretada como legitima, authentica, pelo CONCILIO DE TRENTO, a unica, in

discutivel e verdadeira Biblia do Catholicismo.

Segunda Parte

SEGUNDA PARTE

I

EVOLUÇÃO DO ESOTERISMO.

IDEOGRAPHIA KÁFICA

Vê-se, pois, que em todas essas Biblias (judaica, muçulmana, latina ou catholica) os seus sectarios só vêem o sentido grosseiro ou material, externo, extrinseco ou exoterico do SÉPHER, propositalmente RE-VELADO, afim de que a «chave tri-una» do ABSOLUTO, da SIENCIA INTEGRAL, não fosse parar nas mãos dos profanos. Mas tambem já se viu que a transmissão historica do pensamento esoterico veiu, atravez dos tempos e de todas as vicissitudes dos povos, como um fio secreto, sem interrupção e sem perdas de qualidade e de quantidade;- veiu até nós e irá até ao ultimo privilegiado que tiver a missão de descobril-o aos povos do futuro, já evolvidos até ás culminancias da perfectibiÎidade moral, intellectual e social. Tambem já se viu que a <chave» desse saber é transmittida por «INICIAÇÃO», por sociedades secretas, as quaes, no Occidente, só começaram a ser conhe cidas por occasião dos Templarios, e que sob diversos nomes pullulam hoje em todos os paizes civilizados, trabalhando homogeneamente para um grande e nobre fim, que só será conhecido depois, muito depois de realizado.

Mas, após a RE-VELAÇÃO desse ensino, ficaram indelevelmente gravadas na consciencia e na tradição popular (como reminiscencias atávicas, inconscientes) FIGURAS, FÓRMAS GRAPHICAS, PANTACULOS, PALAVRAS INCOMPREHENSIVEIS, TALISMANS, AMULETOS E SYMBOLOS que jamais desapparecerão, e que, vivas, são transmittidas como «SUPERSTIÇÕES», de individuo a individuo, de povo a povo, sem mais vislumbre de seu sentido primitivo. Veja, por exemplo (citarei apenas 3 factos, e sem maior analyse. psychologica), o que se deu com:

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-

Signal originariamente ideographico da feminidade em todas as cousas da Natureza, symbolo quaternario da MATERIA, portanto da MATERNIDADE, e da MORTE (1), a lettra M, o M hebraico (2), cuja numeração é 13, (= 4, a Materia e as suas fórmas, a morte transitoria), passou a ser visto como M latino nas QUATRO grandes linhas palmares da mão, indicando (Chiromância popular) «vida curta», «morte breve», si as linhas forem mais ou menos superficiaes ou apagadas, pouco distinctas, mas bem unidas umas ás outras.

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Concomitantemente a essa reminiscencia fóssil de um symbolo outróra vivo, e altamente significativo e philosophico, ficou tambem como reminiscencia o «13», mas já sem o seu caracter grammatico, sem a sua significação e sem o seu valor alphabetico de M; pois apenas conservou a significação de «Morte» li

(1) Não devemos perder de vista que, etymologicamente, e latim MATERIA expansão do latim MATER (= = Mãe ), veiu o grego μatno, por sua vez expansão do anitgo grego μα ( Mãe ).

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Ora, este ua é o N ( = Mãe) hebraico (segundo Fabre d'Olivet), cuja numeração é 4(2), ou a Materia, a Mãe, o elemento feminino, passivo, e 1 (=), o elemento activo, fecundador, masculino, o Homem Universal, o Genero Humano, o Ser dominador da Terra (F. de Olivet). Vê-se, pois, em 2 (= Mãe = Materia Morte) a unificação do Principio Creador com a cousa creada, desde o mineral até ao Homem. - os derivados-equivalentes ( = Materia, Movimento) ou (=morte, conforme o sentido esoterico em que for tomado), porque o primeiro é 4 (= 4), 0

ביא De

o segundo é 8 (72=8).

Assim, de Materia, Mãe e Morte é symbolo o M, por etymologia dos dous primeiros e equivalencia mental dos tres; pois temporariamente indicam: - MATERIA, = condensa ção, limitação da energia, no espaço e no tempo; MÃE, materializadora da Energia Consciente e Eterna na carne (=bumanização); e — - MORTE, porque essa humanização, •essa materialização da Energia equivale a uma verdadeira morte temporaria. E assim me referi á «Quéda adamica» ou «Involução», que, apesar disso, continúa a ser um «ARCANO»,

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